RUÍNAS DO MEU TETO


Se eu deixar de escrever, talvez não diga
O sentimento oculto que me dera
O instinto sem razão, fez-se uma fera
Invisível que o corpo à alma liga.

Talvez meu pensamento ‘inda prossiga
Obstinadamente como eu era.
Mas desfazendo o enigma que eu fizera
Ser um poeta já não mais consiga.

Se o acaso, enfim, roubar-me o afeto
E um fardo de ilusões pesar-me aos ombros
Destruirei meus versos. Eu prometo.

Meus versos serão ruínas do meu teto
Fragmentados sob os meus escombros
Restando estrofes deste meu soneto.

 
LordHermilioWerther
Enviado por LordHermilioWerther em 25/04/2010
Reeditado em 08/11/2013
Código do texto: T2218980
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