Soneto para Ana ***

Essa distância me incomoda sim,

porque não posso te contemplar

nem teus tristes olhos, consolar,

fazer-te ser um pouco de mim.

Longe, procuro entender-te agora,

na tristeza que ora carregas

e quero, na impossível entrega,

consolar-te a lágrima que choras.

Eu, que tenho cá minhas solidões

e morro também, todos os dias,

quero ser um consolo para ti.

Dizer-te que de sonhos e ilusões,

tiramos arrimo donde não havia

e renascemos novamente, aqui.

***Para A. B. com carinho.