Soneto Casual

Pregada à tua pele está a minha loucura

Nessa lascívia de momentos impuros

Colados em teu gozo os meus cabelos

Extremada em teu corpo, feito moldura

Partida por te saber vertigem

Calada por te entender sonho, grito

E finita é a noite nessa fuligem

Que só deixa sombra, labirinto

Indefinível é o nosso caos, acordar

Imaterial é a tua voz sem ver, sem tocar

Entrelaçada, perdida, num indescritível arduar

Cubro-te com minhas pernas de Afrodite

Esse mito na trêmula carne, valha-me Zeus!

E nesse perecível instante entre lençóis: digo adeus!