Triste musa.

De tantos os porquês, sobrou nenhum,

Que fosse do amanhã a plena causa,

A não fazer da alma tão confusa,

Bastava um motivo, apenas um.

E mesmo uma razão, nem tão difusa,

De todas, a mais simples, a mais comum,

Daria ao velho peito, eu sei, algum,

Alento, que da calma, fosse à causa.

Mas não deixou vestígio, a dor que usa,

Em mim, a alegria a fazer jejum,

Manter-me, da melancolia, assim, reclusa.

Fazendo da tristeza minha musa

E desse meu penar, não ter nalgum

Momento, a caridade de me deixar enfim exclusa.

(Mª Cecilia)

Obrigada Tiago pela belíssima interação.

Mas que o canto da musa soe

mesmo sendo assim tão triste

soe co'alma e em tudo que existe

pois assim fará que alma voe...

E por mais que não abençoe

esse canto assim tão derramado

há de ser esse pranto escutado

até no céu surgir quem perdoe

A tristeza que causaram à musa

que de tão atra está reclusa

nas profundezas de sua infinita dor...

Mas que não cessou o seu canto

pois mesmo desse desencanto

seu coração se tornou cantor...

(Tiago da Silva)