A SUA FALTA

Sentindo no rosto o vento negro da solidão,

o qual aos poucos vai corroendo meu caminho,

por onde deverei passar, então, sozinho,

sem nenhum temor, e com toda abnegação.

As tortas veredas que à frente surgirão,

não serão mesmo, aquelas que com carinho

um dia pensei que poderia sem espinhos,

trilhar, sem deixar vestígios da ilusão.

Pegarei a trilha, rumo a nova dimensão,

para transpor os obstáculos com a cautela,

que não mantive quando tratei da paixão.

Quem dera agora pudesse confiar nela,

sem receio de maltratar meu coração

para, com menos dor, aceitar a falta dela.

Marco Orsi