MORRER DIVERSOS

Morri estando vivo no vazio
Pela idéia que já nasce bloqueada
É quando a mente, ansiosa, está no cio
E as mãos, pesadas, não escrevem nada
 
E morro ainda mais quando é estiagem
Que domina a minha alma desbotada
Sem solo fértil, sem qualquer aragem
Nenhuma idéia brota: a mente é nada
 
Não há receio de morrer um dia
Mas de viver sem rima e sem poesia
Pois morro é pelo que jamais vivi
 
Morro de idéias pra sempre perdidas
Morro de escritas que não serão lidas
Morro dos versos que nunca escrevi.
 

Oldney Lopes©