Vento

Vento da noite que canta triste

com voz forte de tanta saudade.

Só eu te escuto, ela não existe,

estou sozinho e a dor me invade.

Sento nessa pedra fria e te ouço

na esperança de que nesse lamento

venha a voz dela e me faço atento,

mas é em vão, só escuto meu soluço.

Eu aqui entregue sou só desalento

Ela nunca virá, pois é uma miragem

que na minha loucura está à margem.

Você é silêncio, foste embora, vento?

Nem te ouço mais só os gritos da dor

espocam em foguetórios no meu torpor.

Fernando Cyrino
Enviado por Fernando Cyrino em 07/05/2010
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