Soneto da separação

O dinheiro meu todo ela gastou,

E eu, tão tolo inda assim, tanto a bajulei.

Anel, pedra preciosa inda comprei,

Mas do tusto meu nada ela poupou.

Minha paciência toda ela torrou,

E eu, tão calmo inda assim, tanto a tolerei.

Noites tantas, tão frias a aguardei,

Que do sossego meu nada restou.

No coração a agonia da falência

Do corpo meu sem ela, vigarista,

A minha preferida chantagista

Levou consigo mais que meu dinheiro,

Quando partiu a buscar novas vivências

Nos braços de outros pelo mundo inteiro.

Cirilo
Enviado por Cirilo em 26/08/2006
Reeditado em 21/03/2012
Código do texto: T226053