Soneto da separação
O dinheiro meu todo ela gastou,
E eu, tão tolo inda assim, tanto a bajulei.
Anel, pedra preciosa inda comprei,
Mas do tusto meu nada ela poupou.
Minha paciência toda ela torrou,
E eu, tão calmo inda assim, tanto a tolerei.
Noites tantas, tão frias a aguardei,
Que do sossego meu nada restou.
No coração a agonia da falência
Do corpo meu sem ela, vigarista,
A minha preferida chantagista
Levou consigo mais que meu dinheiro,
Quando partiu a buscar novas vivências
Nos braços de outros pelo mundo inteiro.