In memoriam

Tão súbita foi a morte tua, amigo

Meu, que reside ainda em mim o espanto,

E jamais poderá calar meu pranto

O tempo, que ao passar, o torna antigo.

Quero dormir, sonhar, brincar contigo,

Viver por mais um dia aquele encanto,

Fazer deste suplício um acalanto

E acabar com a dor do desabrigo.

Demasiado triste, tão entrevinda

A notícia, o destino, o azar, a morte,

A despedida nossa inesperada.

E minha alma, há tanto agoniada,

Hoje demais, talvez não seja forte

Para o chorar que há de vir ainda.

Cirilo
Enviado por Cirilo em 27/08/2006
Reeditado em 20/04/2016
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