Soneto da ruptura
Teus olhos foram meus olhos durante
Quatro longos anos em que te amei.
Até o rechaço nunca esquecerei,
Quando ainda aspirava a ser teu amante.
Inaudita, cruel, desesperante,
Foi então a notícia que não antecipei.
Se lhe devo aceitar o fim, não sei,
Que há de nossos planos abundantes?
Então tudo foi já findo, por quê?
Dizes resposta não há, resta ceder
O amor à solidão, se arrefecer.
Tuas cartas trazem felicidade,
Alívio; saber, pelo menos, que
Da relação restou nossa amizade.