Soneto de primavera

Quimeras mil, botão em flor de aurora

Pétalas que caindo com a tarde dorme

São vidas de paixão à rosa que uniforme

Embala luz quando o ocaso vai embora

Nossa primavera, estação das flores

E no deleite do jardim o pólen invade

De flor em flor a abelha, lírio de verdade

E tão imaculada já se vestiu de cores

Orvalho sob as trilhas da doce plantinha

Assim como o olhar, o mistério continua

Amanhece e a gente esquece da gotinha

Então direi: Aquela flor lilás que não foi sua

Breve, breve vou colhê-la e será só minha

Pra te ofertar, ó primavera sob o olhar da lua!