Lá na noite

Lá na noite do planalto tem os fiordes,

lanças penetram espaços dos sonhos

e nem pedem licença, não são lordes

invadem vales, engolfam, medonhos.

Convidam-me a navegar outros mares,

a lá de longe avistar essas montanhas

pontiagudas que me ferem as entranhas

e de todo prazer me elevam aos altares.

E da música das ondas ouço o acorde

que viaja desde mim, são os cantares,

do meu corpo gritando com força, pode!

Tão distantes, de bem longe, meus pesares,

sou aconchego no carinho de seus braços

e durmo lasso, sou senhor desses espaços.