Moinho da desesperança

Sigo o seu caminho que vai com o vento,

eu vou só e a esperança é o meu enredo.

Aportar-me em você, eis o meu intento,

é nessa vontade que persisto sem medo.

Enfeitiçado a lhe buscar sou sofrimento.

Seu olhar em mim é como um torpedo,

fez com que a vida só seja o momento

que de mim a dor da ausência arredo.

Embala-me esse canto dos seus cabelos

soltos num doce dueto de sutis sonhos

misturados nas insônias dos meus anelos.

Rápido não olho pra trás, quero o trevo

da sorte que girará em mim qual moinho

desse amor impossível que aqui descrevo.