DECLARAÇÃO

Sei que nunca terei os teus carinhos,

Sei que nunca terei o teu amor!

Sou espinheiro à margem dos caminhos,

És a gota de orvalho sobre a flor!

Nasci no pó e ferem meus espinhos,

Nasceste em nuvem branca de esplendor.

Morro no mundo triste dos sozinhos

Voltas aos céus em blocos de vapor!

Ah! Amo-te demais, com desatino,

Mas sei qual a distância nos separa

E acato as leis amargas do destino.

Curtirei em segredo esta paixão,

Guardando n’alma tua imagem rara,

E a dor no apaixonado coração!