Vida de esbórnia (ou Consolo)

Esta vida de esbórnia me vai atar

A meu caixão, ó desilusão, eviterna!

Suga-me toda seiva, desgoverno

Neste hedonismo de verão e abusar

Da noite de champanha e caviar,

Da leviandade da riqueza externa...

Para que relutar? Melhor baderna

Que esta não há, beber, tomar, vastar!

Não sei se quero mais amar, a vida

Me basta, satisfaz-me a solidão,

Eu e minha garrafa e meu cigarro então

Só penso em procurar contramedida,

Mas não me traz consolo essa abstenção

Que findou após ela volver jazida.

Cirilo
Enviado por Cirilo em 02/09/2006
Reeditado em 02/09/2006
Código do texto: T231221