Vida de esbórnia (ou Consolo)
Esta vida de esbórnia me vai atar
A meu caixão, ó desilusão, eviterna!
Suga-me toda seiva, desgoverno
Neste hedonismo de verão e abusar
Da noite de champanha e caviar,
Da leviandade da riqueza externa...
Para que relutar? Melhor baderna
Que esta não há, beber, tomar, vastar!
Não sei se quero mais amar, a vida
Me basta, satisfaz-me a solidão,
Eu e minha garrafa e meu cigarro então
Só penso em procurar contramedida,
Mas não me traz consolo essa abstenção
Que findou após ela volver jazida.