Don Quixote.

Quem partiu ao romper da manhã,

levando nas mãos sua sorte pagã;

não há de voltar aqui novamente,

pois leva no sangue, a semente;

o sabor acre de louca aventura;

do vagar sem rumo, doida procura;

do que deixou onde saiu, bem decerto,

em busca de louco sonho desperto,

em seu coração sonhador de poeta...

Mas quem sabe, uma cantoria discreta,

fale algum dia desse tolo andarilho,

desse Quixote a meter-se em sarilho,

obra e causa da Dulcinéia inexistente,

sonho doido de um poeta descontente...

Joscarlo
Enviado por Joscarlo em 12/06/2010
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