Soneto do dia que não se esquece
Rogo aos céus que tu não te esqueças
Dessa data tão guarida
Porque por representar-me a própria vida
Lembra-la apenas pro perdão me basta!
Tenho andado, tu bem sabes, mui tristonho
E para abrandar-me tamanho pranto
De tudo que mais me espanto
É que tu me possas saudar
Tu lembrar-te-ás, lê a dita
Onde escrevestes colossal tesouro
Vem cantar-me esta escrita!
Vem mostrar a esse pobre enfermo
Que inda tem valor a vida
E salvação o amor verdadeiro!