SONETO DA CRIAÇÃO

Reinam em ti o encanto e a loucura

Que abalam céus e reviram os mares

E tu reinas em tantas nações e lares

Com doce rigor, porém, firme ternura.

Quem conhecerá a ira do santo vulcão

Que em tuas entranhas habita feroz?

Dando à luz dores de um colorido atroz

E descendentes que povoam nosso chão.

Porque é de ti, Mulher, que todos vêm agora;

Pois do barro nós viemos na primeira hora

Como homens rudes de água, pó e argila

Porém, veio ao mundo a primeiríssima filha

De uma branca, firme e delicada costela:

Entre todas as outras criaturas, a mais bela.

Marcelo Lopes

19.03.04

Marcelo Lopes
Enviado por Marcelo Lopes em 09/06/2005
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