ÁRVORE

Abrigo, sem vaidade, tantos quantos,

De lutas vindo buscam refrigério;

Não lhes cobro um real por serem tantos,

Eu dispenso esse sórdido critério;

Ao que sorri feliz, ao triste, ao sério,

Dou, a todos, os mesmos acalantos...

Abrigo verde, puro, sem mistério,

Templo das alegrias e dos prantos.

E ainda dou o fruto ao que tem fome,

Sem sequer perguntar nem mesmo o nome

Do cansado e faminto viandante.

Direis, agora, então: – vós sois um templo!

Eu vos direi que sou também – exemplo

De bondade – frondosa e verdejante!

Raymundo de Salles Brasil
Enviado por Raymundo de Salles Brasil em 08/09/2006
Reeditado em 07/02/2022
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