Buraco Negro
Por trás da enluarada fresta
Vem a bruxa me visitar
Enverga longo vestido de festa
Ápteros anjos a ciceronear.
Não atina que a noite é o dia
Pro poeta bissexto e escovado
Tem na alma, urgência de orgia
Ceifando marido e lobo hibernado.
Sou teu, bruxa poeta
O lençol muito me quer
Estanque o coágulo que veta
O esposo daquela mulher.
Não é hoje, linda fada, não é dia
Teu ósculo tocou-me à revelia.