Buraco Negro

Por trás da enluarada fresta

Vem a bruxa me visitar

Enverga longo vestido de festa

Ápteros anjos a ciceronear.

Não atina que a noite é o dia

Pro poeta bissexto e escovado

Tem na alma, urgência de orgia

Ceifando marido e lobo hibernado.

Sou teu, bruxa poeta

O lençol muito me quer

Estanque o coágulo que veta

O esposo daquela mulher.

Não é hoje, linda fada, não é dia

Teu ósculo tocou-me à revelia.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 09/09/2006
Código do texto: T236454
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