PAPEL PASSADO À LIMPO
Um dia quando eu for, bem mais vellhinha
E quando olhar pra trás, assim distante
Bem pouco faltará, seguir avante
Posso estar até, bem mais sozinha
Posso não sentir, antes inteira
A saúde, em fuga, num segundo
Onde, nem sequer, minha canseira
Há de sufocar mais este mundo
Posso não ser vista, como bela
Prá quem me deixou só, no caminho
Nas minas cobiçadas de outro amor
Mas hei de provar, na inveja dela
Ao beber assim, do melhor vinho
No gosto de lembrar o que passou
(Comentário feito para o "Triste Lamento" de Ortega)