SONETO DE ARVERS - 4 Traduções
SONETO FAMOSO, DE ARVERS
(Este é o soneto mais famoso de Félix Arvers,
no original. Já teve milhares de traduções e foi
publicado no mundo inteiro)
Mon âme a son secret, ma vie a son mystère,
Un amour éternel en un moment conçu:
Le mal est sans espoir, aussi j’ai dû le taire
Et celle qui l’a fait n’en a jamais rien su.
Hélas! j’aurai passé près d’elle inaperçu,
Toujours à ses côtés, et pourtant solitaire,
Et j’aurai jusqu’au bout fait mon temps sur la terre,
N’osant rien demander et n’ayant rien reçu.
Pour elle, quoique Dieu l’ait faite douce et tendre,
Elle ira son chemin, distraite et sans entendre
Ce murmure d’amour élevé sur ses pas;
À l’autère devoir, pieusement fidèle,
Elle dirá, lisant ces vers tout remplis d’elle:
“quelle est donc femme?” et ne comprendra pas.
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(Copiado do “Jornal da ANE, nº 33,
abril/maio -2010 - Brasília – DF)
SONETO FAMOSO
de Félix Arvers
Tradução de:
Olegario Mariano
2º Príncipe dos Poetas Brasileiros
Tenho um mistério na alma e um segredo na vida:
Eterno amor que, num momento, apareceu.
Mal sem remédio, é dor que conservo escondida
E aquela que o inspirou nem sabe quem sou eu.
A seu lado serei sempre a sombra esquecida
De um pobre homem de quem ninguém se apercebeu.
E hei de esse amor levar ao fim da humana lida,
Certo de que dei tudo e ele nada me deu.
E ela que Deus formou terna, pura e distante,
Passa sem perceber o murmúrio constante
Do amor que, a acompanhar-lhe os passos, seguirá.
Fiel ao dever que a fez tão fria quanto bela,
Perguntará, lendo estes versos cheios dela:
"Que mulher será esta?" E não compreenderá.
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(Texto publicado em Letras e Artes, suplemento de
A manhã, Rio de Janeiro, 10-6-51 e no Jornal do
Comércio, edição de 23-12-51.)
SONETO FAMOSO
de Arvers
Tradução:
Francisco Miguel de Moura
Poeta brasileiro contemporâneo
Minha vida é mistério e na alma há um segredo
De amor eterno, num instante percebido,
Mal sem cura, do qual por meu medo duvido,
E ela, a causadora, nada sabe do enredo.
Ai! Eu passo por ela tão despercebido,
Sempre fico a seu lado e sempre solitário,
E farei até o fim, a morte em meu calvário,
Sem ousar pedir nada e nada hei recebido.
E a ela, que Deus fez distante, doce e pura,
Os sussurros de amor sobem até a altura
Dos passos no caminho e aonde quer que vá.
No austero mister, fiel e piamente bela,
Dirá lendo os meus versos, todos cheios dela,
“mas quem é essa moça?” E não compreenderá.
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Publicado no blog: http://www.cirandinhapiauí.blogspot.com
Em 24 de junho de 2010
SONETO FAMOSO
de Arves
Tradução:
J. Santiago Naud
Poeta brasileiro contemporâneo
Minha alma e seu segredo, é vida este mistério;
Amor de eternidade em tempo concebido:
Mal sem cura, calado com todo o seu critério,
Por aquela que o fez sem dele haver sabido.
Ai de mim, que passei por ela imperceptível,
Sempre junto ao seu lado, no entanto solitário,
Até o fim dos meus dias cruzando esse calvário
Sem nada ousar pedir, a nada receptível.
E ela, que Deus criou assim doce e sensível,
Seguirá seu caminho, distraída, inaudível
Nos murmúrios do amor alçado ao seu andar.
Grave em seu proceder, piedosamente bela,
Dirá, talvez, se ler versos tão cheios dela
“Quem seria essa dama?”, sem nada adivinhar.
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Publicado no Jornal da ANE, Brasília – DF, nº 33,
Abril/Mio de 2010
SONETO DE ARVERS
Tradução de
Guilherme de Almeida*
Tenho na alma um segredo e um mistério na vida:
Um amor que nasceu, eterno, num momento.
É sem remédio a dor; trago-a pois escondida,
E aquela que a causou nem sabe o meu tormento.
Por ela hei de passar, sombra inapercebida,
Sempre a seu lado mas num triste isolamento,
E chegarei ao fim da existência esquecida
Sem nada ousar pedir e sem um só lamento
E ela, que entanto Deus fez terna e complacente,
Há de, por seu caminho, ir surda e indiferente
Ao murmúrio de amor que sempre a seguirá.
A um austero dever piedosamente presa,
Ela dirá lendo estes versos, com certeza:
"Que mulher será esta?" - e não compreenderá.
(Publicado no site Recanto das Letras)
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Guilherme de Almeida, poeta brasileiro, de São Paulo, Príncipe dos Poetas
Brasileiros)
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*Félix Arvers foi um poeta francês, da época do romantismo. Tornou-se famoso no mundo inteiro, por causa deste soneto. Seu livro só foi publicado postumamento.