IMPERFEITO SONETO DO AMOR MADURO

Vim aqui fazer uma visita breve

Mas trouxe, no estribo da boca, o verbo,

Porque viver mesmo, sem dizer “eu te amo”,

Ninguém vive. Ninguém sobrevive. Ninguém.

Não quero que a fascinação te cegue,

Nem quero o despojamento te calando,

Quero-te com os ouvidos soltos aos sons

E o coração leviano, manso e entregue.

Assim poderei dizer: - Te amo! Sem medos,

Com todas as palavras expostas pela dor

E que o silêncio escondeu de mim e de ti.

Que minha vida continue sempre assim

Jamais precisando te perdoar nada,

Mas sempre precisando te pedir perdão.