Soneto De Uma Triste Herança
Para que os temos, murais da história?
E se gozamos, quem aguardaremos?
Quais merecerão divina e douta inglória?
Os meus, os seus ou aqueles mesmos?
Clame aos ventos com dedos em riste
A íngreme curva que da boca pende
Fará do milho, angu; um isto já viste!
Não haverá pássaros, só duende.
Teus filhos o chamarão de rebento
Haja vista o chorume desperdiçado
Fados a ornamentar velório, lamento.
Que lhe digam as Dálias
Os retratos em preto e branco
E as peugadas das sandálias.