Soneto De Uma Triste Herança

Para que os temos, murais da história?

E se gozamos, quem aguardaremos?

Quais merecerão divina e douta inglória?

Os meus, os seus ou aqueles mesmos?

Clame aos ventos com dedos em riste

A íngreme curva que da boca pende

Fará do milho, angu; um isto já viste!

Não haverá pássaros, só duende.

Teus filhos o chamarão de rebento

Haja vista o chorume desperdiçado

Fados a ornamentar velório, lamento.

Que lhe digam as Dálias

Os retratos em preto e branco

E as peugadas das sandálias.

Cesar Poletto
Enviado por Cesar Poletto em 12/09/2006
Reeditado em 13/09/2006
Código do texto: T238642
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