SONETO À JUVENTUDE

Fiquei feliz quando fiz quinze anos

Parecia que meu mundo iria desabar

Para abrandar vindouros desenganos

Ganhei loção e creme de barbear.

Com a chegada desses novos dias

Descobri que a idade é difícil de se tolerar

Estou sozinho, minhas noites são tão frias

E nada de um novo janeiro chegar.

Todos me dizem que nesta fase não devo me precipitar

Que virá e terei incontáveis primaveras para amar e ficar

Estão; tudo o que um dia não foi, em mim, em ti, será.

É uma angústia uma eternidade um sofrimento.

Mas o eterno azedume deste meu lamento

Tal qual noite após o dia, um dia... passará.

Antonio Virgilio Andrade
Enviado por Antonio Virgilio Andrade em 13/09/2006
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