Só Neto

Que não tem mais prestígio, eu sei de sobra,

Esta forma “careta” de criar;

Pois o verso da moda faz da obra,

Uma peça moderna e singular.

Muita gente me pede e até me cobra,

Fazer um belo poema sem rimar,

Mas se me vêm o verso e a rima, dobra

Esta vontade de metrificar.

E assim de verso em verso vou compondo...

E os versos vão saindo e vão rimando...

E quando me dou conta, eis um soneto.

Mas fico meio cismado quando o leio;

E a conclusão vem logo se o releio:

Eu devia fazer e criar SÓ NETO.

Raymundo de Salles Brasil
Enviado por Raymundo de Salles Brasil em 14/09/2006
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