Soneto de amor que desiste
Mas quê? Desistir assim de teu bem?
Nesta bem-aventurança não acreditas?
Desse sonho que tantas vezes sonhado foi...
Agora não mais sonho te palpita
Tornou-se real, por fim, o bem amor
E vais tão logo desistir, infame apaixonado?
Se há tanto tempo fez-te bravo guerreiro
E te esqueces que não morre amor alimentado!
Não te vás agora porque tenho...
Por essa penosa hora me empenho
Não desistas do troféu, teu prêmio!
Se tanto lutastes, te segredo, tu vences
Não parte, não sangra... não fere o coração
Porque ele, do amor pesado, já ti pertence!