"C A R I D A D E"

Que eu faça o bem...

e de tal modo o faça,

Que ninguém saiba o quanto me custou.

- Mãe, espero de ti mais esta graça:

- Que eu seja bom sem parecer que o sou.

Que o pouco que me dês...

me satisfaça;

E se, do pouco mesmo, algum sobrou,

Que eu leve esta migalha aonde a desgraça,

Inesperadamente, penetrou.

Que a minha mesa, a mais, tenha um talher,

Que seja, minha Mãe, Senhora nossa,

Para o pobre faminto que vier.

Que eu transponha tropeços e embaraços:

- Que eu não coma sozinho o pão que possa

Ser partido por mim... em dois pedaços.

(*) "Ato de Caridade", de Djalma Andrade.

Lobo da Madrugada
Enviado por Lobo da Madrugada em 03/08/2010
Código do texto: T2415161
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