GARGANTA




Por ela já se passou muito alimento
Que o estômago vazio esperava
Quando faminto essa comida devorava
Tal qual o chão fértil e sêco, do momento 

Por ela já passou a voz ferina
Num grito de revolta d'uma dor
Num urro pela perda do amor
Na ferida que começa e não termina

Mas houve, outras vezes, certamente 
Que essa sofreguidão, bem de repente
Engasgou nos excessos, sem sentido

Onde essa boca entalada que não cala
Seja impedida de expressar a própria fala
Mesmo que antes, nos tapem os ouvidos
Graciley Vieira Alves
Enviado por Graciley Vieira Alves em 03/08/2010
Reeditado em 04/08/2010
Código do texto: T2416985
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