Soneto de poeta em palavras

E eis que te confesso: é todo seu meu mistério

Deste mal que me apregoa e que tanto me alforria

Segredar a um girassol a composição do segredo secreto

De buscar horas que me ferem na espera longa do dia

Agora te contentas por saber amar-te

De amar o que na vida nem me existe

E se existe é semente ínfima, dessa que não se pode negar

De um amor que na terra me aprecia e persiste

Do amor que a mim de todo me é enigma

Para sonhar-te no sonho que me sonha e aguarda

Para curar-me das flechas de Amor a ferina ferida

Que fui eu, tolo ingênuo, da sorte que me ladra

Apaixonar-me tão perdidamente por ti, em tanta vida

Por um poeta que só existe em palavra!

dhália
Enviado por dhália em 16/09/2006
Reeditado em 16/09/2006
Código do texto: T241849