Soneto de poeta em palavras
E eis que te confesso: é todo seu meu mistério
Deste mal que me apregoa e que tanto me alforria
Segredar a um girassol a composição do segredo secreto
De buscar horas que me ferem na espera longa do dia
Agora te contentas por saber amar-te
De amar o que na vida nem me existe
E se existe é semente ínfima, dessa que não se pode negar
De um amor que na terra me aprecia e persiste
Do amor que a mim de todo me é enigma
Para sonhar-te no sonho que me sonha e aguarda
Para curar-me das flechas de Amor a ferina ferida
Que fui eu, tolo ingênuo, da sorte que me ladra
Apaixonar-me tão perdidamente por ti, em tanta vida
Por um poeta que só existe em palavra!