Soneto n.149


 
O RIO
(filho da terra)


Emerge, de um ponto bem escuro,
numa grota secreta, secreta cova,
o fiozinho que será um
rio futuro,
como de um ventre que se renova.

Filho da Terra, ele ainda tão puro,
passará por forte, tremenda prova:
- recortando mil vales ficará impuro,
com toda sujeira que nele se desova.

Quem é o ser que avilta e emporcalha
as águas: sejam doces, sejam bravas,
cobrindo-as com asquerosa mortalha?

Estúpidos seres!... Ahh... gente suicida
que (eu uso aqui de poucas palavras)
vai assim matando a sua própria vida!


Silvia Regina Costa Lima
5 de agosto de 2010


SILVIA REGINA COSTA LIMA
Enviado por SILVIA REGINA COSTA LIMA em 06/08/2010
Reeditado em 09/07/2019
Código do texto: T2421465
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