NADA


Na face da poetisa, tudo é triste,
um semblante apagado, já sem vida.
Um passado que hoje brota ferida,
no coração onde alegria não existe.
 

A tristeza presente já se faz...
De um viver mal traçado que perdura,
nas dores deste mal que não tem cura,
um corpo que incessante busca a paz.

 
Os versos são retratos dessas dores,
que de lutar o corpo já se cansa,
na procura incansável da esperança.
 
A cortesã infeliz dos dissabores,
fecha-se no palco da madrugada.
Só ficou a noite escura. Restou nada.


Elen Botelho Nunes
Enviado por Elen Botelho Nunes em 06/08/2010
Código do texto: T2422979
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