Vênus exilada

O quanto peque em versos, sem qualquer talento,
tentei fugir de ti poesia malfadada,
seguir outro caminho, andar por outra estrada.
Ah, sim! Pensei deixar-te, o sonho que alimento,

a nuvem de meu estro, a linha alinhavada,
o mundo circunflexo, o estrato e o sedimento,
o meu querer pesado, o coração ciumento
e a dor de bem saber a letra da toada...

Da mesma forma eu quis, do amor passar ao largo,
pois tem muito em comum, a saga das paixões,
e paguei um a um os meus pecados tolos.

Já não sei mais dizer se por culpa ou por dolo
— e saberias tu, se os limites transpões? —
que perdi meu amor, o meu vate, o meu bardo!


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