DILEMA

Eu trago nesse canto em pauta, por dilema

sofrido pensamento à beira dum riacho

com tochas que se acendem em rochas sem poema

perdido em um conflito, aflito onde me acho.

Se encontro em desencontro a trama do problema

começo e já reparto a questão de alto a baixo

divido bem o todo em partes-teorema

e são coisas que igualo a causas que não encaixo.

Sinto a dualidade e a vida se bifurca

em cada encruzilhada à frente do caminho

- no canto do meu fado a vida quer mazurca.

À margem do riacho ao olhar redemoinho,

a voragem me cega, a noite me conspurca

querendo alinhar água, e água é desalinho.

(No evento "DILEMA" realizado na AVSPE sob a coordenação de Carmo Vasconcelos - agosto/2010 - http://www.avspe.eti.br/eventos/dilema/ApresentacaoSelo.htm)