A dor do medo


De todas as que já ouvi contar
Das muitas que escutei gemer
De centenas impossíveis de tocar
De tantas outras difíceis de entender

De bastantes que vi às descobertas
De várias que encontrei às escuras
De algumas com aviso: atenção, alerta!
De raras que notei em calma brandura

De grandes que retinei amordaçadas
E de inúmeras que toquei mal cuidadas
Em todas vi labaredas de fogo aceso

Nenhuma delas é mais cruel, mais temível
Nenhuma é mais horrenda, mais terrível
Do que aquela que mais maltrata: a do medo