Bolo imaginário*

Um bolo imaginário... O que seria?

Do mundo, se redondo... Por que não?

Ter em Deus o senhor da padaria

E o diabo o inventor da solidão.

Um grande bolo! Ah, quem sabe fosse.

Porque é preciso ser um dia lindo,

De uma alma a sorver-lhe todo o doce

E o doce ao fim do dia fosse findo.

Um bolo de papel.... Ninguém o quer

Caído à rua e, sobre ele, o escarro.

Eu própria vi um vulto de mulher,

Qual névoa triste da noite sombria

Pintada num papel sujo de barro,

Ser o rosto da minha fantasia.

Canoas, agosto de 2010/RS

Eliane Triska
Enviado por Eliane Triska em 22/08/2010
Reeditado em 17/08/2014
Código do texto: T2453291
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