Bolo imaginário*
Um bolo imaginário... O que seria?
Do mundo, se redondo... Por que não?
Ter em Deus o senhor da padaria
E o diabo o inventor da solidão.
Um grande bolo! Ah, quem sabe fosse.
Porque é preciso ser um dia lindo,
De uma alma a sorver-lhe todo o doce
E o doce ao fim do dia fosse findo.
Um bolo de papel.... Ninguém o quer
Caído à rua e, sobre ele, o escarro.
Eu própria vi um vulto de mulher,
Qual névoa triste da noite sombria
Pintada num papel sujo de barro,
Ser o rosto da minha fantasia.
Canoas, agosto de 2010/RS