Soneto de incógnita
E sentiu-se um tal fervor
De retumbar e disparar o inválido coração
Próprias desse mal que bem chamam de amor
E que de todos rouba racional razão!
E sentiu-se em único instante
O sorriso despir-se em lágrimas
Como a cor que desbotada voa
Invade o peito e se faz morada!
E agora, de que falar?
De tal martírio cruel e vil?
Se não para o coração de morrer e sangrar...
... de viver dor de dores mil
Mas se viver se pode sem em amor amar
Digo-te que não trago em mim coração vazio!