Soneto de amor ressuscitado
Quem te fez ressurgir, infame?
Que malvado deus concedeu-te novamente luz?
Morrido já de todo havia
E me põe o coração em de espinhos cruz!
Vens da lama que existe nos infernos
Odeio-te entranhado em minha respiração
De uma febre que me agonia, me resplandece
Que quase nem mais me tenho razão!
Repudio-te! És doce pesadelo do existir!
Mas não mais haverás de fazer-me suspirar
Não mais lágrimas farás me vir!
Insistis e não haverás de fazer-me sujeitar
Mas se sozinha no poema estou, por que mentir?
Se meu coração já se entregou a esse mar!