Soneto de amor ressuscitado

Quem te fez ressurgir, infame?

Que malvado deus concedeu-te novamente luz?

Morrido já de todo havia

E me põe o coração em de espinhos cruz!

Vens da lama que existe nos infernos

Odeio-te entranhado em minha respiração

De uma febre que me agonia, me resplandece

Que quase nem mais me tenho razão!

Repudio-te! És doce pesadelo do existir!

Mas não mais haverás de fazer-me suspirar

Não mais lágrimas farás me vir!

Insistis e não haverás de fazer-me sujeitar

Mas se sozinha no poema estou, por que mentir?

Se meu coração já se entregou a esse mar!

dhália
Enviado por dhália em 21/09/2006
Código do texto: T245975