DESEJOS QUE VOAM
Nas minhas entranhas, lá no meu quintal, pé de acerola
No âmago pássaros no ninho, brotando canções na manhã
Na copa, os frutos sorriem para vida como pequenas luzes
No tronco retorcido os pilares d’alma de raízes profundas.
Aconchego dos meus pensamentos a repousar na rede.
Algodões sonhados no azul, como nimbo na vastidão do eu
Balouçam entre a brisa e a lembrança os sentidos aguçados
Desejos que voam... Como aves que levam pólen às flores.
Partículas de emoções espalhadas ao vento, poeiras ao sol
Bolhas flutuantes de ternuras imadas a longícuo quintal
Onde pousarão como aves cantando canções de mia alma.
Far-se-ão frutas saborosas na copa de um coração intrépido
Orvalharão mistérios em cada folha, como versos no papel
Sinfonia de letras sobre a pele, sopro que eriçam os pelos