Soneto de amor como plenitude
O amor basta, não basta?
Para tirar-me o tino que me resta
Para conduzir-me a uma oitava cor
Para fazer-me entrar na vida por essa fresta!
O amor basta, não basta?
Para despetalar-me em algibeiras
E não fazer sentido o que escrevo
Para querer o amor ainda que o não me queiras!
O amor me basta na vida e tanto
Que por cantar do amor o canto
Já julgo que não me basta!
E de na vida ver a vida que de mim me afasta
Me conduz pela mão e ao amor me entrega
Esse amor que nem conheço e que já assim me leva!