Soneto de amor inalcançável

Eu nasci sem mim, pressinto

Eu despida de mim no mundo

Para não fazer-me... sentindo

Eu, ausente de mim em tudo!

Dessa ventania que agora me habita

É porque no mundo cheguei tarde em flor

No mundo onde as folhas nunca param...

Eu, sozinha, a caminho do amor!

Ninguém em vida jamais saberá como amo

Sentimento é coisa que me escorre entre os dedos

Ninguém jamais saberá por quem chamo!

E de tão forte, tão fundo o grande desejo

Que por esvaziar-me o seu total abandono

Há de aleijar-me enquanto espero teu beijo!

dhália
Enviado por dhália em 29/09/2006
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