Soneto de amor inalcançável
Eu nasci sem mim, pressinto
Eu despida de mim no mundo
Para não fazer-me... sentindo
Eu, ausente de mim em tudo!
Dessa ventania que agora me habita
É porque no mundo cheguei tarde em flor
No mundo onde as folhas nunca param...
Eu, sozinha, a caminho do amor!
Ninguém em vida jamais saberá como amo
Sentimento é coisa que me escorre entre os dedos
Ninguém jamais saberá por quem chamo!
E de tão forte, tão fundo o grande desejo
Que por esvaziar-me o seu total abandono
Há de aleijar-me enquanto espero teu beijo!