Soneto de paixão como deserto das vontades

A paixão, cega errante, não me pertence

Ela me deixa esquivada de mim

A paixão, de todo em tudo não consciente

De ser deserto onde a vontade encontra fim!

A paixão é um deserto onde me perco e desterro

De um perder tão perdido que já me chamam louco

E vou me entregando e sem entregar-me de todo me entrego

E nem sou cautelosa para entregar-me de pouco em pouco!

A paixão é o deserto da vontade

Onde minha vontade de não sentir repousa

A paixão me rouba tão longa idade...

De habitar-me tal parasita ousa

A paixão ser deserto da forte vontade

Onde minha vontade de só senti-la me pousa!

dhália
Enviado por dhália em 29/09/2006
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