Soneto do Ciumento


 
Nunca queiras insistir com o ciumento
Que não tem nada concreto pra dizer
Quando insiste, dentro desse embrutecer
Cristaliza o coração, num só tormento
 
E oferece resistência inexplicada
Sem bom-senso, na tendência de ferir,
E destrói o que lutou pra construir
Ao tornar-se múmia imóvel, embalsamada
 
Se inútil, vem alguém, tentar dar jeito
Pro conserto, do que fez-se imperfeito
Nessa rocha em solidez de insegurança

Vem, sem brio, a demonstrar toda a fraqueza
Que expõe, forte, e insólita, a grandeza
Do esforço que é capaz a ignorância!

Graciley Vieira Alves
Enviado por Graciley Vieira Alves em 01/10/2010
Reeditado em 12/02/2012
Código do texto: T2531570
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