O REI DO TROCADILHO

Emílio de Menezes, um feroz tição

que queimou não corteses que viu no seu trilho,

um poeta imortal na nossa tradição,

foi também maioral no fazer trocadilho.

Um certo dia, estando numa Exposição,

que estava colocando cereais em brilho,

foi troçado e fez uma bela queimação.

Certo alguém, não cortês, ao vê-lo grita: - " É milho!"

E Emílio então: - "Você hoje está com a veia"...

E quando em fuga o vê, grita-lhe: - "Não s'evada.

com isso é que me in...trigo!", ardendo-o em tiroteio.

Querendo mais castigo impor-lhe, corre e o freia,

plantando-o na cadeira de pronto observada

e proclamando à beira de todos: -“ Sentei-o!”...

(17-03-1991)

[Nota: Este soneto é baseado no que relata Antonio Moreira de Souza, da Academia de Letras da Bahia, em seu livro Perfis Literários (Ensaios) - Gráfica Universitária, Bahia, 1977. O diáligo entre aspas foi copiado deste livro. Pus rimas emparelhadas nas 6ª sílabas métricas e alternadas nas 12ª]

Almir Câmara
Enviado por Almir Câmara em 01/10/2010
Reeditado em 03/11/2010
Código do texto: T2532606
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