MARIA
MARIA
Acredita, Maria, eu terei pena
de quem te encontrar lá na avenida.
O andar bem sensual, descontraída,
na rota enganadora da falena.
É missão, é destino, ó Madalena?
Tu despertas paixão, mas, decaída,
ao amor não dispensas acolhida.
Sofrerá quem te amar, linda morena.
Eu não sei por que foi que a natureza
caprichou num produto tão perfeito,
gastou matéria prima de beleza,
mas nada colocou dentro do peito.
Maria, na aparência a realeza,
dentro d’alma não tens o mesmo efeito.