CIÚME

Certa vez o ciúme – essa indecência –

Repreendeu o amor suave e amigo

Que só dava alegria e complacência,

Prazer, carinho, liberdade e abrigo:

- “Amor, quanta bobeira e incompetência”!

“Você é ingênuo e merece castigo.”

Não seja bobo e apele pra violência

Nossa amiga que exclui qualquer perigo.

E o amor fugindo então desse ciúme,

Foi viver longe, sem nenhum queixume,

Nos famosos jardins de outro país.

E o ciúme ficou com o desprezo,

Enxovalhando e fortemente preso

‘Às algemas macabras de infeliz!

Salé, 2002