CARTA-DESPEDIDA

Caminhei, caminhei na longa vida

Entre os obstáculos e vis abrolhos

Levando na alma a imagem mais querida

E a esperança no brilho dos meus olhos.

Parei na estrada aspérrima e sofrida,

Para matar a sede entre os escolhos.

Eu caminhava errante, sem guarida,

Sofrendo enganos, tapeações e embrólios.

Por onde andei deixei o nome dela,

Na pedra do caminho, na aquarela

Das tardes e manhãs esperançosas.

Ao voltar, vitorioso dessa lida,

Encontrei uma carta-despedida

Sobre um buquê de amareladas rosas!

Salé, 2002