CANTO

Em tua boca encontro notas, canto leve

que flui ao vento, encanta, amplia a minha foz

para que eu, rio, então me espalhe em tempo breve

por estes mares que libertas pela voz.

E nos teus mares lambo, beijo meu algoz

porque não há mais alimento pra o que ferve

dentro de mim, minhas feridas, dor atroz.

Sou renascer na abençoada tua verve...

O teu cantar voa a fazer que se conserve

o mundo em cores, extirpando tom feroz,

e que à poesia nossa vida se reserve.

Em melodias, ventanias, águas, nós

soprando em flocos a grandeza, branca neve,

edificando em maravilhas nosso após.

Marco Aurelio Vieira
Enviado por Marco Aurelio Vieira em 08/10/2010
Reeditado em 26/06/2011
Código do texto: T2544297
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.