Soneto de amor efêmero
A vida, não breve, me escorre
A vida passa, não passa? Se vai...
Assim como o amor, não se prolonga
Foge de tudo no céu desbotado que cai!
Se não fugisse de mim a vida, fugiria...
... eu mesmo da sorte e do sonho que tanto busco
Para congelar aquele amor que tanto empenho
E que tanto desejo que fique que já a mim me assusto!
Essa vida de efemeridades tantas que foge de mim
Esse amor que por não amar-me é a única morada
Esse sonho de que fique... que seja eterno no seu fim!
É que se vai formar em tamanha vil cilada
Porque se não fugisse o amor que a vida chama assim
Não guardaria a imagem de teu sorriso dado ao pé da escada!