Soneto à Traição

“Quem vem lá?” – Sou eu, respondo,

E o coração baixa as armas e descansa;

Deixa o escudo, a espada, a lança;

Não se esconde mais, também já não me escondo.

“Que desejas?” – Conversar contigo!- e, supondo

Que eu esteja desarmado, confiante, ele avança...

Olho-o; vejo-o em sua ingenuidade de criança

E desisto do fim que estou propondo.

- De nada adianta este combate;

Não vou tripudiar sobre o vencido,

Não tem graça bater em quem não bate!...

(Minhas armas, então, ponho de lado

e, mal viro às costas pro bandido,

me apunhala outra vez o desgraçado!)

Fábio Olizário
Enviado por Fábio Olizário em 04/10/2006
Código do texto: T256006